terça-feira, 10 de abril de 2012

Como anda o nosso estoque de valores?





Os dois irmãos.

Eram dois irmãos; um solteiro e um casado. O casado possuía muitos filhos. Os dois compraram uma fazenda e resolveram administrá-la em regime de sociedade. Concordaram que plantariam e colheriam, dividindo entre si os produtos da terra, metade para cada um, embora cada um tivesse o seu próprio celeiro.

Os negócios iam bem. Mas um dia o solteiro pensou: "Não é justo que meu irmão e eu dividamos igualmente os frutos, porque sua família é numerosa; é muita gente para ser alimentada, ao passo que eu só tenho a mim mesmo para alimentar. Farei o seguinte: Todas as noites irei ao meu celeiro, apanharei um saco de grãos e o levarei em sigilo ao celeiro do meu irmão". E, de fato, começou a fazer exatamente assim: tarde da noite, o irmão solteiro punha às costas um saco de grãos e cuidadosamente o transportava até o celeiro de seu irmão.

Por sua vez, o irmão casado também pensou: "Não é justo que meu irmão solteiro e eu dividamos igualmente os frutos da nossa colheita; eu tenho muitos filhos, de modo que, no futuro, quando eu for bem idoso e as forças me faltarem, eles irão certamente me sustentar. Mas meu irmão não tem ninguém por ele. E quando ele for velho, quem o sustentará? Farei o seguinte: Todas as noites irei ao meu celeiro, apanharei um saco de grãos e o levarei em sigilo ao celeiro do meu irmão". Assim pensou, assim começou a fazer.

Todos os dias pelas manhãs os dois irmãos ficavam admirados com o fato de que, mesmo levando um saco para o celeiro de seu irmão, o estoque de cada um não diminuía.

Uma noite, porém, os dois irmãos se encontraram bem no meio do caminho entre os dois celeiros, cada um com um saco de grãos nas costas. Compreenderam finalmente porque o estoque de cada um não diminuía. Surpresos, felizes, de pronto jogaram ao chão os sacos e abraçaram-se demoradamente.

(História do folclore judaico)

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